segunda-feira, 15 de junho de 2009

Olha, um jogador de playstation!

E pronto, sempre é o jogador de playstation o novo treinador do Benfica.
Antes de começar a destilar o desprezo que sinto pela criatura, convém esclarecer duas ou três coisas.

Primeiro, para mim, o Benfica representa o que de melhor se pode encontrar no desporto: respeito pelo adversário e pelas regras, fair play, capacidade de sofrimento e de trabalho, humildade e vontade indomável na busca pela vitória, grandeza na vitória e na derrota, paixão pelo jogo e superação nos momentos importantes. Para além disso, para mim, o Benfica representa ainda, em termos institucionais, o último foco resistente de comportamento ético que existe neste triste país, há muito tomado de assalto pelo chico-espertismo e pela corrupção.

Segundo, eu amo o Benfica e se há coisa que eu não suporto ver, é aqueles que amo serem maltratados, seja por quem for. Faltas de respeito, amesquinhamentos e insultos não são esquecidos, podem ser amenizados com pedidos de desculpa, mas não são esquecidos.

Terceiro, para mim, o que falta ao Benfica é exactamente um regresso aos comportamentos que fizeram dele o que é (foi...). Uma mudança de mentalidades, que não perdoa as atoardas de vilarinhos, nem as estratégias eleitorais a la agremiação da fruta, nem declarações desrespeitosas.

Posto isto, vamos lá ao jogador de playstation.

Bem, desde que o vi a primeira vez, detestei-o e sempre pensei que se havia treinador que eu nunca gostaria de ver no Benfica, era precisamente o jorge jesus. Era (é) o típico treinador do sistema antibenfiquista primário: grande algazarra antes e depois dos jogos com o Benfica, com os habituais "Vamos jogar ao estádio da Luz, para ganhar!" e "Fomos superiores ao Benfica e foi uma arbitragem habilidosa que nos tirou a vitória", contrastando com os "O Porto é uma grande equipa e vamos fazer tudo ao nosso alcance para tentar o empate no estádio das Antas" e, após 2 golos de penalti inventados, 1 em fora-de-jogo, outro em falta e dois penaltis escamoteados, "O Porto é uma grande equipa, fizemos o que pudemos. A arbitragem não teve qualquer influência no resultado". Um treinador que, ao estilo de Daúto Faquirá, deve(ria) fazer os habituais relatórios semanais para os amiguinhos da fruta.

Portanto, como à partida entrou para a minha lista negra, nunca segui muito o que ia fazendo, mas foi dando para perceber que as primeiras impressões estavam certas. Apesar dos maus ou medianos resultados, arranjava sempre clube, sinal claríssimo do alinhamento com o sistema ou estrutura como se chama agora. Olhando para o seu percurso é fácil de constatar que andou quase sempre em equipas amigas dos amantes da fruta, como, por exemplo, o União de Leiria, o Belenenses, o Vitória de Setúbal e o Braga. Apesar do brilharete no Belenenses, do qual desconfio, este ano, mesmo com a associação aos corruptos, a época do Braga só deu para o 5º lugar. Nas competições europeias as coisas correram melhor, mas já se sabe que a táctica do autocarro à frente da baliza de vez em quando funciona. Não fora o 5º lugar e a esta hora estava sentado na cadeira do jesualdo. Sim, porque os sinais de namoro são óbvios: boa imprensa (agora vai acabar), treinador de equipas amiguinhas, favorzinhos nos jogos e as já supracitadas declarações mostrando fidelidade ao dono.

É evidente que não consigo disfarçar que não gosto deste jogador de playstation e ainda passei a gostar menos depois das declarações que fez este ano após o jogo na Catedral. Depois desse dia, este individuo nunca deveria sequer ser considerado como hipótese para treinar o Glorioso. Contratá-lo é prosseguir no caminho errado. Até podemos ser campeões, mas seremos campeões pela mão de alguém que nos amesquinhou e desprezou, e isso não engrandece o Benfica, bem pelo contrário, só mostra ao estado a que chegámos. Que somos capazes de trocar o que nos fez enormes por vitórias manchadas pelo falta de dignidade em contratar alguém que nos insultou. É mudar de mentalidade sim, mas para a mentalidade dos derrotados, dos perdedores.

O ano passado engoli o sapo jorge ribeiro, este ano no prato está o elefante verde jorge jesus. Mais um, na longa lista que LFV nos tem servido ao longo do seu reinado. Este que o comam aqueles que se esqueceram do que é o Benfica. Para mim, é uma época sem equipa técnica, não mostrarei lenços (ou lençóis) brancos, não assobiarei, mas também não aplaudirei.

Enfim...

Saudações Benfiquistas

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