terça-feira, 26 de maio de 2009

E Pluribus Unum

Este drama do treinador para a época 2009/2010 gerou uma divisão tremenda no seio da família benfiquista. A verdade é que esta divisão já não é de agora e tem-se agudizado ao longo da época que agora terminou. Todos somos benfiquistas mas alguns são mais benfiquistas do que outros. Ele há os autênticos, os verdadeiros, os indefectiveis, os papagaios, os que se querem aproveitar, os agitadores de lençóis brancos, os mais vermelhos que o vermelho, os vermelhos às riscas encarnadas, até há andrades e lagartos benfiquistas.


É óbvio que quem estabelece este sistema de castas é sempre mais benfiquista que os outros e vai daí, está a insultar a populaça cor-de-rosa que não sabe ser benfiquista. Ora acontece que os castos (a classificção é minha) é que não são benfiquistas, porque é evidente que não conhecem o lema do clube. Aliás, a estratégia do insulto é mais característica dos adeptos de uma agremiação situada ali para os lados de Gaia e daquela outra que gosta de empurrar putativos candidatos à presidência do clube pelas escadas abaixo.

Tudo isto porque, mais uma vez, os resultados desportivos foram uma merda. Para mim só são bons quando somos campeões europeus. Menos que isso seriam feijões. E digo seriam, porque ser campeão nas condições actuais de corrupção e viciação da liga portuguesa é um feito quase tão heróico como ser campeão europeu. Bem vistas as coisas e dados os avanços evidentes da arbitragem europeia para se aproximar da qualidade da portuguesa, o Benfica ser campeão europeu será qualquer coisa de sobrenatural. O treinador e jogadores que o conseguirem devem, no mínimo, ser beatificados. Notem que a agremiação corrupta ser campeã europeia é naturalissimo, porque o sistema parace ser rotativo entre o g-14. Este ano só pode ser o Barcelona.

Agora há uma coisa que para mim (é para mim, minha opinião e o Benfica é pluralista) é mais importante que ganhar. E isso é o comportamento ético e moral do clube. Tem que ser a toda a prova, irrepreensível, inatacável. As decisões até podem ser erradas (despedir o treinador, por exemplo) mas devem pautar-se por um comportamento de respeito pelos contratos assinados e pela pessoa com quem se assinaram. Esta bagunçada e chico-espertice que se passou com o Quique Flores é inadmissivel no Benfica. Quem permite estes enxovalhos públicos aos teinadores e jogadores indesejados é a agremiação corrupta, não é o Benfica. O problema é que este comportamento não é a excepção é a regra, faz parte do modus operandi do presidente Luis Filipe Vieira. Ele é assim mesmo e está convencido que está correcto. Cada um é como é, o presidente do Benfica é que não pode ser assim. Pode ser presidente de outro clube qualquer, do Benfica é que não.

No entanto, foi eleito por todos nós (obviamente que eu não votei nele) e tem, por isso, o meu respeito, como Vale e Azevedo (em quem obviamente não votei) teve enquanto presidente do Benfica. Agora respeito não significa bico caladinho, palas nos olhos e tudo o que ele faz é maravilhoso. Infelizmente, esta é a concepção mesquinha que os portugueses têm da democracia e a crítica é sempre vista como sinal de oposição ou de terrorismo. A crítica é um direito e deve ser vista como um sinal de que as coisas não são perfeitas e podem ser melhoradas. Claro que para melhorar é preciso ter capacidade para tal...

O sinal mais evidente de que esta direcção do Benfica falhou em toda a linha é a enorme divisão que reina na blogosfera benfiquista. Foi incapaz de por em prática o lema do clube e conseguir unir-nos a todos em torno de valores e objectivos comuns. Pelo contrário, há posições extremadas e a continuar assim não vamos longe. E não vai ser quem dividiu para reinar que agora vai unir...

Já chega.

Saudações Benfiquistas

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